Desenho no Pó

by:SkylineSamuel2 semanas atrás
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Desenho no Pó

O Jogo que Resistiu

Começou às 22h30 na noite úmida de 17 de junho — não com fogos de artifício, mas com pressão. Volta Redonda vs Avaí: dois clubes de cantos diferentes da segunda divisão brasileira, lutando para escapar da invisibilidade. O apito final soou às 00h26 de 18 de junho. O placar: 1–1. Mas a verdadeira história? Nunca apareceu nos jornais.

Como alguém que já usou a camisa 9 em ligas menores em Chicago, sei o que esse tipo de jogo significa: não vitórias ou derrotas, mas dignidade sob fogo.

Raízes Profundas

Volta Redonda — fundado em 1948 no coração industrial do Rio — construiu sua identidade na resiliência. Já brincaram com o acesso à Série A, mas sempre um passo atrás. Esta temporada? Seis vitórias, seis empates, quatro derrotas. Na metade da tabela, posição 9 na Série B — nada mal para um time sem investimento milionário.

Avaí? Fundado em Florianópolis em 1923, são lendas do orgulho regional e lealdade inabalável. Suas torcidas cantam mesmo sob chuva ou seca. Esta campanha? Uma montanha-russa — três vitórias seguidas no início, depois instabilidade voltando.

Ambos vivem da fé quando orçamentos não existem.

Embate Tático

Primeiro tempo: Avaí dominou posse (54%), mas Volta Redonda abriu o placar com um contra-ataque pelo lado direito — finalização limpa do jovem lateral Matheus Silva aos 33 minutos.

Segundo tempo? Caos instalou-se.

Às 68 minutos, Avaí igualizou num escanteio ensaiado — algo que só se vê quando treinado meses a fio com recursos limitados.

Mas aqui está o ponto real: nenhum recurso VAR foi necessário porque não existia aqui — apenas olhos humanos e instinto puro.

O jogo não terminou com gols; terminou com decisões tomadas sob pressão — como quantos jogadores precisam sacrificar carreiras só para manter sonhos vivos?

O Custo Oculto da Sobrevivência

Isso não foi apenas tática — foi estrutura. Avaí jogou desesperadamente após perder três defensores por lesão.* O mesmo aconteceu com Volta Redonda na semana anterior.* A verdade é crua: esses clubes não são sistemas — são ecossistemas feitos de risco pessoal. Cada jogador ganha menos de US$2 mil por mês enquanto paga suas próprias despesas de viagem. Patrocínios? Apenas se sua cidade tiver uma mina ou uma gigante telecomunicações disposta a olhar para sul.

E ainda assim… eles aparecem. Lutam duro mesmo sendo apagados das programações nacionais duas vezes por mês. Jogam como homens que sabem que já foram esquecidos — mas recusam ser invisíveis agora.

Torcedores que São Família — E Combatentes também—

The arquibancadas não estavam cheias—but were loud enough to shake concrete pillars near Estádio João Marcatto during stoppage time when Matheus Silva took his free-kick attempt that rattled the crossbar, enough energy for ten stadiums worth of noise only fueled by love—not money, to quote my mom during church last Sunday: it’s not about winning—it’s about showing up with purpose, especially when no one else is watching, as long as we keep playing, even if we’re playing against ghosts, guess what? someone will remember us anyway… after all: you can’t win every game—only prove you belonged there.

SkylineSamuel

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